quarta-feira, 22 de abril de 2009

Engenheiros do Mal

Além de engenheiros civis, engenheiros eletricistas, engenheiros mecânicos, engenheiros agrônomos, engenheiros de alimentos e engenheiros de produção, existe ainda uma outra especialidade: engenheiros do mal. Deve-se a Paulo esta última designação. Ao descrever a depravação da sociedade, o apóstolo coloca entre os arrogantes, os bisbilhoteiros, os desnaturados, os gananciosos, os homicidas, os indecentes, os insolentes e outros, mais uma classe de pessoas ímpias: os “inventores dos males” (Rm 1.30). Em outras versões, encontramos as expressões sinônimas: os “criativos para o mal”, os “engenhosos no mal”, os “tramadores de maldades”.Esses engenheiros do mal de fato existem e fazem coisas do arco-da-velha. Para que a AIDS e outras doenças sexualmente transmissíveis não barrassem a promiscuidade sexual, eles abriram indústrias de camisinhas, de diferentes tamanhos, cores e perfumes. Em breve será colocada no mercado uma pílula capaz de diminuir o risco de contaminação pelo HIV, mesmo quando a pessoa tiver relação sexual sem camisinha. Vários testes da chamada profilaxia pré-exposição estão ocorrendo e envolvem um total de 19 mil pessoas em risco, incluindo usuários de drogas injetáveis, homossexuais e mulheres sexualmente ativas em áreas de alta incidência de HIV. Para tornar a relação sexual mais excitante, os engenheiros do mal criaram as indústrias pornográficas e os sex-shops. Para torná-la mais escondida e mais segura, construíram motéis nas saídas de qualquer cidade. Para seduzir as mulheres, a indústria de perfumaria anuncia um desodorante masculino capaz de mexer com as glândulas do sexo oposto. Para proteger a saúde do fumante, inventaram a piteira, os filtros e, agora, o cigarro eletrônico, que já está à venda em sete países. Para inocentar diante da lei e da sociedade os abusadores de crianças, pelo menos um país (a Holanda) já conseguiu baixar o consentimento sexual para 12 anos.A especialidade dos engenheiros do mal não é afastar o homem da prática pecaminosa nem corrigir a conduta de quem quer que seja. Eles se esforçam para possibilitar a permanência do pecador no pecado, resguardando-o de algum dano físico e ampliando cada vez mais o seu potencial e o seu prazer no pecado. Os “inventores dos males” fazem o trabalho diametralmente oposto ao do Espírito e dos pregadores do evangelho.Antes de Paulo, Jesus já havia denunciado os engenheiros do mal de seu tempo: “Vocês arranjam sempre um jeito de pôr de lado o mandamento de Deus, para seguir os seus próprios ensinamentos” (Mc 7.9).

Retirado da Revista ULTIMATO Março e Abril/2009

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